O HOMEM QUE AMA O MAR
Como é lindo poder ver o céu da cor de anil,
A pálida brancura de um dia de outubro a abril
Nessa areia esbranquiçada, que a água viva espera,
Vem toca as margens e, em franjas brancas se faz,
E calmamente retorna, mostrando a sua paz.
O homem que observa, em seu estado febril,
Calor retido do sol, na pele bem bronzeada,
Estirado sobre a areia, uma soneira lhe traz,
No balanço dessas águas, que nas areias deságuam,
Prazer, sonolência, preguiça, ardor e mágoas,
Trazidas de dentro, dos escombros, o sentimento,
De amores que nasceram, não floriram, pereceram.
Rio, 24/10/2009
Feitosa dos Santos