BONS MOMENTOS

BONS MOMENTOS

O amanhecer nem sempre é leve.

Mesmo em estado de graça,

sobram pecados além dos sentidos.

Os músculos guardam os espasmos da noite

e a sensação de orvalho a escorrer pelos poros

traz a embriaguez do olho que,

de tão lúbrico,

pede licença às pálpebras

para sonhar os arrulhos da véspera.

Os bons momentos são borboletas:

de vida curta e uma cor inesquecível...

Tendo vivido alguns desses instantes,

é possível acariciar as ausências

com a suavidade de um beijo no olhar

e, na resistência do tempo,

embalar o pôr-do-sol

como quem se desprendeu das nuvens

e pousou.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 22/10/2009
Código do texto: T1881642