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AMARIA-TE NESTA NOITE

Amaria-te, nesta noite, como um poeta,
na rima seca de versos desovados,
com a convulsão do desejo de meu peito febril,
para fazer sangrar o teu corpo em poesia.

Amaria-te, nesta noite, como um mendigo,
na solidão prosaica da vida desenhada,
com a fome seca da barriga esvaziada
ante aos encantos dos cantos da noite enluarada.

Amaria-te, nesta noite, como um trovador,
em canções profanas de um sonho refinado,
para me refugiar em teu corpo em lá maior
e morrer exausta desse amor desatinado.

Amaria-te, nesta noite, simplesmente,
na sofreguidão do tempo sem horas,
e te daria um beijo sem sentido,
para germinar o avesso de teu corpo desmedido.

Amaria-te, nesta noite, como um bandido,
na ânsia de um assalto premeditado,
e sem saber o que roubar de ti,
roubaria teus medos, tua ternura, teu prazer.