O QUE PRECISO NÃO ALCANÇO...
Do nada tenho sido presenteado
com coisas que não entendo.
Aparece tal qual como fantasma que
perambula, amedronta e só
vai embora depois que atormenta.
Não tem momento certo, mas já
reparei que todas as vezes que me
entrego aos meus pensamentos
ele aparece, e daí faz até que
até as sombras dancem.
Sopra o vento, a luz do candeeiro descrevendo
agitação, espelho vivo do meu arrebatamento
por um estado de mágoa profunda, que vai
consumindo-me pouco a pouco por aquilo que sinto.
Abatimento por uma perda súbita, estado
de abandono feitio tão complicado que só
com muito custo se acerta com a saída, mas por
onde passo não existe flores só conflitos...
Entre as árvores a lua tenta penetrar
sua luz e assim, passam as horas por
uma doble esperança de poder
outra vez abraçá-la sem murmúrio, como
a noite que atravessa a fria madrugada para
se entregar em uma manhã serena.
Existe um rio e sobre ele uma ponte que
estende-se até a metade de seu comprimento,
semelhança com o meu sentimento que não
permite alcançar o que eu preciso...