Braços Meus
II
"– O vento ulula e chora... - Satã, onde a puseste?
Maldição! maldição! Que incubo a fanou já?
Quem amar agora - A pálida Celeste
Meu pobre coração... Ei-la no meu Sabá."
Alphonsus de Guimaraens
Quando a conheci era um convalescente
E ela estava definhando na vida.
A via todo dia, sorridente
(Escondendo uma chaga há muito enegrecida).
Eu, a cada novo nascimento da manhã,
Me sentia mais vívido e disposto a viver.
Ela, a cada nova noite de reza vã,
Perdia as forças e desejava logo morrer.
Desse tempo em que a memória ainda me fascina,
Vejo aquele rosto pálido e melancólico
Exibindo um frágil sorriso de menina.
Oh! Saudades daquele período bucólico...
E quando a conheci era primavera até;
As flores emanavam eflúvio e cores
Exuberantes. Eu nutria fé,
Mas ela se prendia em insanáveis dores.
Envolto nas vagas indecisões
A tive em braços meus.
As únicas palavras ditas por nossos corações
Foram: Adeus, adeus!
28/04/2008