DANÇARINA FLAMENCA

Chama cambiante,

salamandra irrequieta,

vulto-sopro sensual

a desferir laminas & volúpias

costurados em vestido,

seda carmim

bela dançarina flamenca,

sapateias na voraz ilusão de possuir-te,

sou teu emudecido espectador

teu enternecido camponês madrilenho

na viril multidão estupefacta,

petrificada

alma ferina, charme provocante,

meneios e requebros asfixiantes

ritmo vigoroso, estonteante

olhares fulminantes de desprezo,

hipnose

num enlear-se apaixonante

partiste meu coração ao meio

e fizestes dele

castanholas escarlates

a produzir musicalidade vigorosa,

causticante n’alma

és palpitante rosa vermelha, cálida

dardejando nos sentidos

tuas pétalas de fogo

qual revoada

de pássaros incendiados

tua presença embevece,

engolfa-me em delirius & devaneios

na maviosa sonoridade

que enfeitiça cravos imprestáveis,

touros indomáveis,

da arena milenar

dos confins da Andaluzia.

Meu Blog : poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 04/10/2009
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T1848223
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