O AMOR E O VINHO

Chegou de mansinho,

Discretamente,

Qual curva em meu caminho.

E, num crescendo,

Suavemente,

Aos poucos, me envolvendo.

Transformou-se em clamor,

Fremente.

Dei-lhe o nome de Amor.

Não refutei, não resisti.

Simplesmente,

Abracei, assenti.

E, como se faz, comumente,

Simplesmente,

Intensamente...

Literalmente,

Eu o vivi.

Veio suave e doce

Pelas mãos d’uma princesa,

Qual vinho suave de mesa,

Como se meu Éden fosse.

Hoje, na solidão,

Qual fosse meu Armageddon,

Relembro, enquanto degusto

Um Cabernet Sauvignon.

Amor, sentimento puro,

Incomparável a um tinto duro,

De difícil degustar

Deixa marcas no paladar.

Não vou me divagar, me perder

Como num doce forestier.

Prefiro, na verdade,

Que meu final seja

Abraçado a você;

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 03/10/2009
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T1846235
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