O AMOR E O VINHO
Chegou de mansinho,
Discretamente,
Qual curva em meu caminho.
E, num crescendo,
Suavemente,
Aos poucos, me envolvendo.
Transformou-se em clamor,
Fremente.
Dei-lhe o nome de Amor.
Não refutei, não resisti.
Simplesmente,
Abracei, assenti.
E, como se faz, comumente,
Simplesmente,
Intensamente...
Literalmente,
Eu o vivi.
Veio suave e doce
Pelas mãos d’uma princesa,
Qual vinho suave de mesa,
Como se meu Éden fosse.
Hoje, na solidão,
Qual fosse meu Armageddon,
Relembro, enquanto degusto
Um Cabernet Sauvignon.
Amor, sentimento puro,
Incomparável a um tinto duro,
De difícil degustar
Deixa marcas no paladar.
Não vou me divagar, me perder
Como num doce forestier.
Prefiro, na verdade,
Que meu final seja
Abraçado a você;