QUIS, MAS...

Quis ser teu,

você não quis ser minha,

apesar da recusa continuei

alimentando minhas esperanças.

Muitas luas se passaram

em noites claras e escuras,

mesmo assim crescia dentro

de mim o desejo de possuí-la.

Construíram, não sei por quem,

um muro entre nós, sobre o qual

e mesmo escondido, a contemplava

com tudo o que amava.

De nada valeu, nada surtiu

efeito e no anonimato te amei

com meus lábios comprimindo os

teus nos insuportáveis devaneios meus.

Cometi mil e uma peripécias para

chamar tua atenção, enviei caixas

contendo flores, e até serenata fiz

debaixo de tua janela. Nada deu certo.

Ainda hoje guardo os bilhetes

apaixonados como os manuscritos

de um sentimento primeiro, que

comprovem meus cabelos grisalhos

como a saudade de tantos anos.

Se chegar a tomar conhecimento desta

minha confissão e desejar integrar-se

para desafogar um coração, pode entrar,

sua cadeira continua vazia.

Wil
Enviado por Wil em 26/09/2009
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