Meu horizonte sem você
Fico quieto, paralisado, diante deste teclado, sem saber o que posso, ou melhor, - o que devo escrever.
Perto de mim tem um dicionário, mas nele não acho, entre tantas palavras, aquelas que melhor te façam entender
Que a vida é uma junção de eventos, que nem sempre escolhemos os melhores momentos, que nem tudo é possível prever.
O certo é que em toda essa barafunda na qual nos atiramos, e em que a incerteza nos inunda – meu horizonte é negro sem você.
Já escrevi sobre tua inesperada chegada, sobre tua partida também. Do muito que descobrimos, do tanto que ainda há por saber.
Já provei do doce mel de tua esparsa presença, também já brindei com fina taça de fel, a amarga fartura de tua ausência.
Hoje, indeciso nesse emaranhado de palavras imprecisas, busco as que sejam menos nocivas, que mais tenham a ver com paciência.
Entretanto, persegue-me a mesma questão, acuado nas cordas de meu canto: ou o meu poetar é muito fraco, ou não encontro letras suficientes para dizer...
...o quanto meu horizonte é negro sem você.
Li uma vez em Schopenhauer, tido como um filósofo pessimista, que nós, os humanos, não sabemos lidar com felicidade: o que sabemos, e suportamos, é experienciar intervalos de felicidade, já que vivemos em um mundo aonde o sofrimento é a tônica vigente.
Vale do Paraíba, manhã da última Segunda-Feira de Maio de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)