ARROGÂNCIA
O tempo para nós expirou, entediado
deu-nos um adeus porque não soubemos
como praticá-lo.
Conseguimos, quase em sua extensão,
aplicar-lhe excessivas doses de
maus-tratos, nunca aprendemos detê-lo
para nosso proveito, pelo
contrário, a tônica era encurtá-lo.
Se houve algo de bom entre nós,
se alguma coisa aconteceu, esse
mesmo tempo toscanejou e com
ele, eu e você da mesma forma,
por essa razão nada lembramos.
Mas não convém penalizá-lo, nós
é que não aprendemos apear
de nosso orgulho, e acabamos
aviltando-nos para viver
caídos nas calçadas do esquecimento.
Não sabemos se esse tempo que agora
é passado vai perdoar-nos, mas o
fato é que ele punge o presente, para nos
lembrar que em tempo algum fomos amantes.