MEA-CULPA
Mea-culpa por ser infinito o que dei,
e em seguida ter me tornado cego e deixar de
reconhecer o que mais era caro
e somente meu...
Por ter simplesmente jogado a
felicidade em um campo minado
e depois, ter que conviver com as
sequelas lancinantes...
Por ter deixado de amar quem
sempre me amou, de ter abdicado
o lugar que ocupei de um
verdadeiro super-pai...
Por mirar somente um campo
enganoso com belas flores que acenavam
como dando as boas-vindas e, depois,
ter que respirar apenas cinzas daquilo
que nunca se concretizou...
Sim, mea-culpa, tão-somente
mea-culpa por só enxergar uma visão
de aspecto fantasmal, e não ter
entrevisto a luz falsa e quimérica que
claramente indicava um presságio infausto no final...