Letras 0779 - Silêncio do amor
Silêncio
Perfume de flores sem caule,
alma bêbada da minha paixão,
caminha lento até a morte que me ronda
ou ao amor que embriaga a razão.
Silêncio
Palavras sem eco,
mulher-porto sem esperança,
braços que não mais me abraçam,
um ficar que resta na lembrança.
Silêncio
No passado ficou o perfume da última rosa,
o zumbido dos motores,
um corpo estendido sobre o lençol,
o medo de não sentir meus amores.
Silêncio
Que fecha a sombra na pouca luz,
o relâmpago que teima a acenar,
como abelha branca sem o favo,
um corpo sem o amor a amargar.
Silêncio
A voz muda da noite que aparece,
queixo-me da lua, do desdizer
e revivo silencioso o amor,
como não amar, como esquecer?
08/09/2009