O mar... 

Fremida paixão antiga na Brava verde
Azulando, a estória minha! Irisado mar Gibraltar,
A circundar a cólera do mediterrâneo.
Marbella na fúria de Tarifa, o azul anil de Floripa...
Entrelaçando de cores fundidas nas íris
Abençoadas, o Mar mistério, Fernando
De Noronha! Abrolho alto mar as ondas
Emergida em pérolas de nereidas gris,
Vem e vão as esverdeadas algas,
E visto as ondas de Itacuruçá. Nas rochas enegrecidas, adorno a Ferradura, ornando as lousas na escura noite,
Da Ilha Grande. Cintilando o querer da Tartaruga,que na Azeda, incita João Fernandes  a fazer amor no mar do Amor, perseguindo as riquezas glaucas de Málaga... Tesouros em cavernas, procurados na ilha da Âncora, mergulhões nos abrolhos, a flanarem o mar da Armação. Na comoção de maretas mornas em patuá lascivo, o mar do Canto nacarando conchas moluscadas em Tavira. O imergir na Lagoinha, ao vislumbrar Geribá, sois meu mar! O vento esculpiu em carrara o EU  Medusa ,nos basaltos do Forno, mar lembranças, o Faro luzido, nas íris do feto que fui...
Gerado no ventre do pélago, o tronco de ébano Forte!
A arrebatar do caminho, suas águas enfurecidas, 
em  um tsuname , meu Mar martírio! No escarcéu espumado de Barreta , alentando as pomas de alabastros da Pipa. Mar meus rastos, Galinhos rumo em ti traço! Amamentando primogênito rei do estro, Genipabu,
A poesia azulada nas bocas de Tambaba, a eivar os sussurros de Búzios. Incinerando favonio, incensando marulhos ,no  Arraial do Cabo. Dunas brancas, ou coloridas
de Canoa Quebrada sois fulgures... Que douram ao longe a Ponta Negra, meu mar difuso, ao poetar um Porto Seguro
nas amarras de Itapuã, ancorando a nau de meu tempo, na brisa que valsa em Jericoacoara.Te bem digo mar...
Maré alta que dançava na orla de Angra, com meu primeiro chorar, resonado na Ilha das Flôres. Grata a Netuno, as lágrimas salobras que carpi no  desaguar desses mares...
Posto que se Sereia fosse, teria declamado embalada nas ondas de Itaquatiara. E se faria ouvir meu pranto, ritimado em alaúdes, no mar  das Flechas por todos os continentes
enlevado ao som de seu canto, meu Mar...


“ A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
12/11/2005

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 20/06/2006
Reeditado em 21/06/2006
Código do texto: T179272