Das inocências de rosa e lírio ... luas de carne branda ...
Sempre, desde infante, admirei
as luas de carne branda, luas
que escurecem à beira do rei
do dia, tímidas, graves, nuas...
São luas bifrontes, abertas
em rosa de paixão: incertas
ou secretas vias ao sentir,
intenso, a sombra e o latir,
lírico, do mundo feminino,
do antigo ultreia* peregrino...
Nelas lírio esconde o medo:
nelas torna-se feliz e ledo...
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(*) ultreia s. f.: Canto que entoavam antigamente os peregrinos que visitavam o sepulcro do Apóstolo Santiago.