JÁ ME HABITUEI...
Não, não tem importância alguma se
vejo-me sozinho, se aqueles que me
rodeiam dizem serem meus amigos queridos,
e depois me cercam com blocos de gelo.
Não, não têm importância não, eu
até que já habituei ouvir palavras
de alentos ornamentados com muitas
flores murchas e mortas...
Já não fui esquecido tantas vezes?
Já não ouvi "eu te amo" em tantos devaneios?
E como são incontáveis às vezes
que cheguei solitário em cada inverno.
Quantas vezes não adormeci no silêncio
de meu próprio silêncio, e quantas vezes
acompanhei o sol despertar e se pôr, foram
inúmeras as vez que presenciei os meus
pedaços perdidos nos pré-comas da vida.
Não, não tem importância alguma e
vejam bem até onde cheguei, ensinei o meu lenço
beber até a última gota das lágrimas que
habitualmente brotam em meus olhos.
Não, não desejo que me olhem com
piedade e não quero receber palavras de
condolências sou feliz na forma de vida que respiro,
eu próprio me amo, e depois, antes só do
que mal acompanhado...
Não, não tem importância não,
estou vivendo assim mesmo!