Reticências, vírgulas e etecetaras...

Posso não saber decifrar

Meus próprios mistérios

Nem compreender meus sentidos

E dizer que tenho 5 ou 6

Posso ter desejos ocultos

E talvez não sinceros

Posso acreditar que os tenho

E que até sejam o que quero

Pelos amores que revelo

Ou talvez não os tenha

Mas correndo da razão

Minha vida atropelo

Porque tem vezes que

Apenas quero

Porque meu coração pede

E ao fim já não sei se é sincero

E não me canso

De tentar me entender

Em meio a atitudes minhas

Que não me reconheço

Já não escrevo o que penso

Porque nem mesmo

Sei o que eu quero

E tudo vira pontos,

Vírgulas e reticências

Assim meu tempo passa

E vem a penumbra

E já não mais me acompanham

Meus desejos e pensamentos

Estou só em meio a tantas coisas

Pois as conlusões que tinha

Não as conhecia, nem eram minhas

Alguém me havia deixado

Em forma de esfinge

Um não sei que de dúvidas e inquietações

De tudo a única certeza

Era que a mim me faltava um coração

Não mais o meu, mas o de alguém

Que me enchesse de delírios

Que me envolvesse em fantasias

Que me respondesse tantas perguntas

Ou que não me respondesse

Alguma coisa que me ajudasse a ser

Um todo de respostas e amores

Um todo de etecetaras

Para que fosse no fim

Um alguém perto de mim

Que embora eu não me compreenda

Sei que não quero estar só

Sei do que gosto

Porque dentro de mim

Há sempre uma resposta

Para o monte de perguntas

E arrependimentos sem fim

Sei que ser feliz

Não é ficar só

Sei que ser infeliz também não

Mas que feliz eu poderia ser bem mais

Se alguém me acalmasse e me trouxesse paz.

Fabiana Querino ( 14/08/2009)

Fabiquerino
Enviado por Fabiquerino em 15/08/2009
Código do texto: T1754941
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