AMOR, ANVERSO DO REVERSO

Não sei se eu vou ou se me levam

Por um caminho estreito e infinito

Se eu calar ninguém me ouvirá

Mas quando falo, diz-me que grito,

Se ao vê o belo no que há beleza,

Singelo sentimento maior de pureza,

O que feio eu acho, diz-me ser bonito.

Sorrir só para quem acha graça,

Chorar quando vem a lamentação,

Muitas lágrimas são derramadas,

Pérolas soltas, resvalando até o chão,

Viver da vida o que ainda me resta,

Vislumbrar o brilho por trás da fresta,

Tirar do mundo toda e qualquer emoção.

Ame a você, amando a própria vida,

Sorria de você, mesmo na desilusão,

Só se chora as saudades reprimidas,

Para não silenciar as batidas do coração.

Rio, 14/08/2009

Feitosa dos Santos