Manhã Clara
Manhã Clara
De sons se marca o tempo
E de branco esta madrugada
Secretas melodias
Morrem no sono das aves
E a noite
Chora orvalhos
Nos penedos
Da serra
Há mais de ti
Na tua ausência
E sobras o que não cabe no meu peito
O fogo
A sede
E a vontade de ter-te
Á distância do braço
Trazes contigo a voz do dia
Rumor de luz nos ocres da folhagem
Restos de estrelas tontas da viagem
Lá do fundo da noite até aqui
Trazes contigo a boca e a palavra
No lado oculto das horas
É manhã clara
Sintra,
Edgardo Xavier