MOMENTO
Para a nossa vida,
me entreguei
de corpo e alma,
quis fazer dela
o nosso mundo de luz.
Tentei enfeitá-la
com cores diferentes,
para nos escondermos
das coisas comuns.
Teríamos de ser
os primeiros a desfrutar
de um sentimento único,
até então inexistente.
Para tanto,
eliminei a dor da ausência,
despedi a saudade,
preenchi o vazio
de nossa cama,
e acabei enxotando a insônia.
Dei férias para
a saudade,
sem limite de tempo,
e aniquilei
o fluxo das lágrimas impertinentes.
Assim,
quis a singularidade
de nossas vidas,
como o viver em
um eterno crepúsculo.
Mas..., que pena!
Tudo não passou
de um êxtase de momento...