MANIA
Por várias vezes,
tentei fugir dos meus sonhos,
não desejava mais, ouvir o tilintar
dos sinos,
constantes enfeites
de minha maneira de amar.
Tentei modificar
os caminhos,
para que nada fosse lembrado,
incluindo os folguedos,
dos momentos em que
perdíamos a razão...
Como símbolo de uma desventura,
implantei em mim o fragor
de um clamor,
apenas como forma de atenuar
os gemidos,
provocados pela dor
de uma desunião.
Nada se modificou,
deserto indelével,
incluindo a velha jarra estreita,
que ainda exibe as flores
secas sobre a mesa.
Continuo errante
com hábitos inveterados,
convivo combatendo procelas.
Suponho que nem mesmo
pedindo auxilio às musas
do imaginário, encontrarei solução,
prá deixar de te amar...