Eu Poderia Temer Tudo
Eu poderia temer tudo,
Ser esmagado com o peso da tirania,
Poderia temer à beleza,
E me sujeitar à covardia
Poderia cultivar o desprezo, e matar com frieza
todos os sentimentos que posso silenciar.
Poderia ser vítima das desgraças... Do medo.
Apagar as luzes para, no escuro, seguro, me guiar.
Eu te condeno. Absolvo-te.
Culpado por um momento...
Livre dos tormentos.
Tu, fraco do temperamento, não deveria se torturar,
Quando oprime almas vulgares,
Quando se enterra vivo até os calcanhares,
E extirpa, do amor, o direito de suplicar.
De todos os crimes,
Nenhum se faz fantástico.
Nenhum se faz simples,
Apenas, são vítimas dos fracos,
Torturados na dor que não existe.
Eu poderia temer tudo,
Mas, não ficarei preso
Aos fantasmas do meu medo.
Eu poderia temer tudo,
Contudo, viveria sem caminhar
pelos perigos tortuosos, aflitos, da alma,
Dos caminhos grandiosos que me fazem amar.
Mas, enquanto eu tiver vida,
Poderei sonhar com amores imaginários
Poderei sentir a certeza reprimida,
Observar a tristeza esquecida,
Fazendo do impossível o necessário.
Enquanto eu tiver vida,
Serei escravo do crime de amar loucamente,
Que a verdade aqui fique esclarecida,
Serei teu escravo por te desejar sempre,
Eternamente.