POR ONDE ANDA QUEM AMO?
Ninguém pode dizer que deixei de
procurar-te, cheguei a perder a conta
de quantas vezes que coloquei de lado
meu orgulho e a dor das feridas
geradas por tua ausência.
Nas tentativas de te encontrar já fui
interpretado como sendo boêmio, como
erradio e por consequência, ébrio pelas
vezes que adormeci sob a proteção
dos elevados.
Conheço as noites como ninguém, visitei
casas devassas como as casas de luxo,
conheci delinquentes e aprendi o que não devia,
e o que eu queria não encontrei.
Houve um período em que me desesperei,
cheguei até alimentar o desejo de parar
de procurar quem amei, afinal não fui eu
que a deixei por uma rival.
E agora exausto, penso que devo parar
com essa tolice, pois se a encontrar como fazer
carícias em um corpo que já não é só meu,
ademais, como saborear sua boca se outras
bocas depravadas se deleitaram em noites de orgia?