NAS ASAS DA SAUDADE
Não me imaginei escrevendo a mim mesmo,
Mas já houve um tempo em que fui criança,
Sorria sem o medo de que me vissem rir,
Trazia na fronte os traços da esperança,
Corria na busca de tudo, até mesmo do amor.
Não cansava, corria e cantava as belas canções,
Que como acalanto, afugentava do peito a dor,
Uma dor doida, uma dor de criança...
Um amor contido, mas que havia esperança,
Num futuro que caminhando eu ia buscar,
Na vontade maior, no cansaço ao dia seguinte,
Saudade sentia, fosse noite ou mesmo dia,
Era criança e apenas queria saber amar.
Fui afoito, travesso e bravo guerreiro,
Tão infante, querendo um amor verdadeiro,
Permiti-me nas veias do tempo eu ficar,
Foi caminhando ou correndo e deixando passar,
O prazer pela vida, a doce mulher querida,
Que um dia na sala da vida, tirou-me a dançar.
E pelos palácios do tempo, hoje eu lamento,
Vejo que perdi nas veredas e trilhas, a idade,
A pureza, a meiguice e parte da felicidade.
Nas alamedas do ontem seguia os cordões,
De passantes, passageiros do tempo,
E hoje o que me traz prazer e alento,
São dos amores que tive vibrantes recordações.
Quando em menino, idade subindo e eu indo,
E hoje sorrindo eu digo: quantos corações!
Rio, 12/07/2009
Feitosa dos Santos