Amanhãs Enflorescidos

Morro sem sentir a cadência mole das nuvens,

e deixar inflarem o aroma etéreo contagiante;

jornadearia em regresso às mesmas miragens,

sonhadas, mãos vazias em apelo impertinente!

Onde o amor viandante que chacoalha a alma?

sucumbiria se o pesadelo hirto feito de lama,

não o desmanchassem as gotas sidérias da lua,

tão misteriosa, explodindo seus raios de nua!

O bálsamo pleno equilibra este mundo insano

que a galope cego caminha, sem a nada chegar,

exceto descompensar com guerra e desengano.

O Bálsamo dos bálsamos dos céus vem planar!

Carece o povo num mundo lógico dos ilógicos

crer no horizonte santo'seus hinos ecológicos,

para juncar amanhãs enflorescidos na verdade.

No sonho a alma se prepara à divina realidade!

Grenoble-Fr-30/05/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 30/05/2006
Código do texto: T166048