Não me afogues no silêncio da tua ausência
Sandra M. Julio
Não me afogues no silêncio torturante da tua ausência.
No mar de trevas que envolve esperança e carência.
Quando sigo só, no tempo que escoa na ampulheta,
Desfaço-me em lágrimas de saudade.
Permito que me vejas, sem máscaras, os anseios...
Que pulsam incompreendidos neste coração poeta.
No eco da minha essência florescem
suaves matizes da lembrança...
Sinto que só, desvaneço na calada solidão,
na sedução do dia que amanhece sem ti.
Dispo o inverno do meu coração,
que ainda escuta teus passos ligeiros
palmilhando marcas em meus sonhos.
Na ânsia de ter-te perto,
procuro pela inexorável presença do teu amor,
Encontro-a guardada no tácito de mim...
No anseio que se perde em imagens...
Na nostalgia do exílio que habita meu ser
quando teu silêncio grita mais alto,
saudade...
Sandra
03/05/04