Eternamente agora.
Sandra M. Julio
Hoje senti um desejo insano de monitorar presente e futuro...
Preencher os vazios incógnitos dos meus versos,
Frasear sílabas esquecidas num ocaso do tempo,
Desnudar silêncios e promessas inauditas,
Despertar confidências...
Reviver doces e sagradas lembranças
Permitindo pulsarem em meus poemas.
Derramar estrelas para luzir emoções,
Buscar as reticências nos labirintos do meu eu...
E fazê-las germinar nos lábios da realidade.
Queria ainda dedilhar os matizes da alegria,
Transmutando-me na harmonia que rege a cantiga do vento.
Ser o orvalho que adormece em pétalas de ilusão.
No limite da razão, queria flertar a onipotência do tempo,
E num crepúsculo deslizar minh’alma silenciosa
Na placidez de um horizonte qualquer,
Adentrando quietude de uma oração...
Sigo no adejar silente d’uma lágrima,
Perdida num solitário arrebol.
Queria...
Sem passado, sem futuro apenas ser e estar...
Eternamente agora.
Sandra
06/04/05