De amor não se morre

De amor não se morre

Para que morrer de amor, se é fascinação

tal estado d'alma reflorescer perfumando,

sob o toque de violinos d'incrivel emoção,

sol, encanto e pureza de flor assomando?,

enquant'uma luz raiando na alma graceja,

liberta feito nuvens ao vento aventureiro,

trazendo nas vozes do céu qu'a terra beija,

o bálsam'azul que semeia o santo canteiro!

Pecado é morrer d'amor abdicando a ilusão

d'interpretativas recordações tão zeladas,

paridas n'esperança sigilosa de um Clarão

dos Mistérios mais doces d'almas veladas!,

é renegar a dádiva divina d'altas virtudes,

a paz e a solitude dos murmúrios sorrindo,

doando o frescor das florestas às saudades

remanescentes de esferas puras do mundo!

Amar é ter dentro d'alm'o sorriso soluçado

a cativar canto suave dos pássaros celestes,

e mais que o delírio das camas itinerantes,

é resvalar do prazer e à desventura calado!

E dum amor assim ninguém morre, renasce,

na confiança cega de se entregar imortal,

sem temer que o olhar profano o devasse,

simplesmente forte como rocha essencial,

por sentir na pele o toque supemo de Deus,

confessando qu'adora todos os filhos seus

que o Seu pensamento ouvirem e seguirem.

Almas perenes,ao beijo eterno se guardem!

Grenoble-Fr-25/05/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 24/05/2006
Código do texto: T161780