FRONTEIRAS
Penso incansável em cruzar as fronteiras
Ouço baixo, ao longe passos lentos
De quem hoje, ainda não enxergo a face
Sem identidade permanece inabalável em meu peito
No regaço acolhedor da imaginação
Vejo-me facínora usurpando teu colo
Inebriando meus sentidos no teu sorriso largo
Acolho-te em meus braços ansiosos
E escuto em sonhos tua voz sibilante
Incessante na busca, tenho no rosto um riso fúlgido
Invisto minha pressa e minha angústia por teu encontro
Em cada livro não lido, penso encontrar uma pista
Na incerteza, deposito no tempo a fé cintilante
Induzo-me então ao jejum da tua ausência
E de saudade, me sacio
Inseguro e confuso, acabo por me fartar...
...de amores provisórios, como um corpo limpo.
Cada nova possibilidade que bate a porta
A esperança não se contem em acreditar
Que sem hora marcada
Chegou quem eu tanto esperava