TUAS CURVAS

Da penumbra que esconde a luz,

surge minha mão-veludo

a viajar por esse teu corpo de serras.

Abismos perigosos. Fogosos cantos.

Teus montes. Tuas curvas.

Então, turvas a visão e ranges.

Ou finges.

Tinges de rajado o olhar amante.

Viras uma serpente, que contorce,

ziguezagueando por entre lençóis de cetim.

Deslizas sobre mim, buscando o sabor

de perfume e sal..

Respirando odores, inspiras amor querubim.

E cavalgo em ti, potranca indomável.

E me arranhas todo, gata adorável.

Anuncio um orgasmo e tu, no cio,

uivas como uma arara, gritas como uma loba

e arranjas cara de boba

pra disfarçar tua tara.

Mas...teu prazer vem fumegante

e descarrilhas vagão por vagão.

Eu, foguista do teu trem, a todo vapor,

mantenho a chama acesa.

Meu bem.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 19/05/2009
Código do texto: T1603671
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