Lua Soberana

Lua Soberana

Quando a lua soberana aparece

Descortinando o céu

Permitindo o chegar da noite misteriosa

Escuto seus beijos que me chamam

Sinto o roçar dos seus lábios clamando

Cavalgo saltando barreiras

Vou assim ao seu encontro

Chego devagar, bem de mansinho

Me deixo prender deliciosamente

Sou Presa nas garras do Lobo, que me liberta

Libero todos meus sonhos, canto meus desejos

Revelo todos os meus segredos

Me entrego a você que me domina e guarda

Entre murmúrios e sussurros

Desnudo minha alma

Deixo falar o coração

E na insônia da lua

Deito no céu da sua boca

Sinto seus prazeres

Que são os meus, junto com os seus

Misturamos paixões

Silenciamos o vento

Transformamos as estrelas em constelações rebeldes

Fazemos cumplicidade com as nuvens

Que nos encobrem desenhando formas e contornos

Na quietude da noite

Dançamos com sonhos escondidos

Queimamos pecados no fogo do esquecimento

Transbordamos no amor que nos condena

Em rede navegamos madrugadas

E nas sombras da nossa insônia

Os cometas incendeiam nossos corpos

Que brilham em pele nossas almas

Quando a noite soberana aparece

Eternizamos momentos

Até saudar o dia que amanhece...

(Sperazzo)