colheita

Sinto o vento disfarçando o manto

estendendo ao pranto, o meu oculto lamento.

Oculto e silencioso,

Adubo a terra com minhas lágrimas,

semeio e fertilizo o prado com minha dor

e a extensão das terras devastadas, então amadas,

invadem os rios e as moradas,como queimadas.

E as pedras?

cintilam estas, entre as cercas de um muro neutro e indivisível.

Qual sentimento é mais crescente,

que o divino amor?

Qual árida terra semeada, fértil prospera em cânticos?

E a colheita é farta

abundante de felicidade e ternura.

Terra seca,coração em prantos.

Não há dor mais acirrada,

nem vazio intolerante

que a vastidão da mágoa de um amor

intinerante.

Só quem deixou na estrada, sabe o quanto.

Quanto dói a alma

seca, consumida de espinhos.

E o lavrador enfim, dominado e sem domínio.

Desiste.

Minha terra tem sementes, que fertlizam.

Meu arado nela recomponha

a hora da espera.

Que a chuva encerre nela, vida de próspera realidade.

Há de crescer nesta terra

um bem precioso.

Guardado em outras terras, o meu trigo generoso.

Semeio então de coragem

a espera do sol da Primavera.

Meu amor não sei onde, cultiva e gera.

Hei de amar então a terra que em algum lugar existe.

Meu amor não tem nome.

Mas tenho o sussurro no ouvido.

Quero colher de brilho em minha fonte

o amor que ainda existe.

Eu então encerro o meu domínio,

e espero o seu adubo

para florir no tempo certo

do meu coração precioso.

Amarei um dia uma extensão de mim

terra límpida de fartos grãos.

E seremos então mais que botões

em uma imensidão .

Ka Risse
Enviado por Ka Risse em 15/05/2009
Código do texto: T1596069
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