Amor, sublime amor
Não, não é tua boca que vai curar minha dor
Alojada no meu mais profundo dos labirintos
Nem tua outra parte da carne que vibra
Enlouquecida pelas feridas desta vida
E queima no desejo latente do corpo
À procura das delícias sem malícias
Não será o toque de carícia de tuas mãos
Que irá diminuir o fulgor de meu coração
Nem o saciar em gozo do desejo em febre
Que me invade, fascina e alucina de emoção
Nem o roçar da pele... Que contém a excitação
São os teus olhos... Teus serenos olhos
Que entraram... Lá no mais profundo do mundo
Eles que me dizem... Imploram e pedem famintos
Que eu posso ser melhor com você... Ao meu redor
Porque da paixão eu já provei. Gulosa eu degustei.
Em carne e momentos senti o gostinho e até gostei.
Em pele em tormento fui adornando movimentos
E sei! Que não é o real sentimento envolvente
Da ternura que desbrava e domina cativante
Esse teu amor... Tão real, vivo e presente
Que eu sinto num calor tão suave e quente
Que parece gritar na alma aqui deste poema
Ecoa um eco sofrido na busca de um ouvido
E segue tranqüilo a encontrar o seu destino
Quieto, manso, obediente aos improvisos
Nascido em si na fogueira destes versos
O fogo brando que incendeia o universo
E perene vai rasgando célere os horizontes
Ao sentir que todo problema e seu sistema
Trás alguma tristeza, incerteza ou dilema
Mas desvenda o enigma e o soluciona no ato de Amar...
Dueto: Theresa Russo & Hildebrando Menezes