NAVEGAÇÃO A DOIS

Para uma De Milus brasileira

Tens atributos castos no teu corpo.

Não devo maltratá-los com olhares.

De olhos cerrados, com carícias leves,

Eu te tateio, só com toques breves,

Indo-te ao cerne e por demais lugares.

Já, nos teus olhos, um fulgor resplende.

Nas reentrâncias, freme o teu delírio.

Ponho vagar no jogo das carícias...

Assim, sem pressa, leio-te as primícias

E bem te saciando, e sem martírio.

Nas tuas coxas, teu poder se oculta.

Vou descerrando cada parte tua...

Na geografia azul, lindo universo,

Estampas teu sensual e tão diverso

Perfil de deusa grega, seminua.

Serpe sutil, a língua te passeia...

Cai sobre os olhos, lambe-te os cabelos,

Desce às espáduas e te haurindo odores.

Beijos na boca!... De emoções e amores,

A tua carne geme aos meus desvelos.

Agora, olhar aceso, as mãos dançando

No teu dorso, quadril e todo o corpo.

Beijo-te as brancas dunas dos mamilos.

Meus dedos te navegam sem estilos,

Já no púbis, à busca do teu porto.

De relance, dois entes feitos um...

E teu sexo, que dantes foi cetim,

Eis lava insaciável, que devora,

Com luxúria, fremente, rubra amora,

Como que soçobrando o mar de mim.

Fort., 09/05/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/05/2009
Código do texto: T1584947
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