Um poema sem fim

Sou puro de coração, pois não aprendi a amar;

Sou mais que a escuridão, pois posso me iluminar;

Sou alguém com uma leve tendência a loucura;

Alguém que não tem mais cura, por não querer se curar.

Não tenho medo da morte, não sou um cara de sorte;

Eu não sei o que é chorar.

Se a vida é tão bela assim, por que sempre chega ao fim, como se nada importasse?

É que nem tudo que é belo faz sorrir, e isso eu aprendi, olhando na tua face

Se acaso eu não conseguir, não pensarei em fugir, não tenho destino algum

E se o mundo não for mais meu, me entrego nas mãos de deus, e então serei menos um

Sei que o amor não me pertence, e não pertence a ninguém, não é isso que sonho pra nós

Mas quero viver assim, um amor belo e sem fim, guiado por sua vós

Mas se a caso eu morrer, não vou mais te pertencer, não vou pertencer a ninguém

E se você nem chorar, tentando me magoar, não vai me ferir também

Mas se acaso eu for eterno, pelo amor puro e fraterno, não irei me surpreender

Mas irei chorar por mim, que não chegarei ao fim, se um dia você morrer

Vou passar a eternidade, sem ambição nem vontade, sem muito me preocupar

Mas nunca vou me esquecer, que foi somente você, que me ensinou a chorar

Se eu ficar embriagado, irei contar abalado, o amor que tive na vida

E na ingrata eternidade, eu que não sinto saudade, vou chorar com sua ida

Perdido depois do tempo, vencido no sofrimento, inimigo do destino

Tenho por companhia a morte, nem me lembro o que é sorte, sou um nada no vazio

E assim seguirei escrevendo, aos poucos envelhecendo, a insanidade é pra mim

Um simples jogo de letras, escreverei em cometas, esse poema sem fim...

Participação especial: Neidson Barbosa!

Wagner de Souza
Enviado por Wagner de Souza em 17/05/2006
Reeditado em 12/09/2006
Código do texto: T157742