O FEITIÇO DO ESPELHO
O FEITIÇO DO ESPELHO
Jorge Linhaça
Sou tua imagem refletida no espelho
Tão semelhante e, no entanto, o inverso
Sou a tinta que escorre da pena nos versos
O pranto que deixa os teus olhos vermelhos
A face de vidro que assim nos separa
Fria e banhada em nitrato de prata
É essa distância que ao peito maltrata
Numa aflição insistente e não rara
O peso da vida que trazes contigo
Qual um madeiro em forma de cruz
Curva-te o corpo e assim o conduz
Pela estrada em busca de abrigo
Sou teu espelho, teu verso e anverso
Onde tu fores, ali estarei
Se fores rainha, serei o teu rei
Se fores poeta, serei os teus versos
E esse feitiço que nos enobrece
Diante do espelho; as costas voltadas,
É o que unifica as nossas estradas
E faz serem minhas, todas tuas preces.
*****
Arandú, 28 de abril de 2009
O FEITIÇO DO ESPELHO
Jorge Linhaça
Sou tua imagem refletida no espelho
Tão semelhante e, no entanto, o inverso
Sou a tinta que escorre da pena nos versos
O pranto que deixa os teus olhos vermelhos
A face de vidro que assim nos separa
Fria e banhada em nitrato de prata
É essa distância que ao peito maltrata
Numa aflição insistente e não rara
O peso da vida que trazes contigo
Qual um madeiro em forma de cruz
Curva-te o corpo e assim o conduz
Pela estrada em busca de abrigo
Sou teu espelho, teu verso e anverso
Onde tu fores, ali estarei
Se fores rainha, serei o teu rei
Se fores poeta, serei os teus versos
E esse feitiço que nos enobrece
Diante do espelho; as costas voltadas,
É o que unifica as nossas estradas
E faz serem minhas, todas tuas preces.
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Arandú, 28 de abril de 2009