O que dizer do amor?
Este inexplicável sentimento
Vindo não se sabe de onde
E nem donde ele se esconde
Só se sabe que vem, vai e volta
Retorna e impulsiona os poetas
Não tem e não há pra ele explicação
Nem se espera compreensão
Seria divino o seu propósito...
O céu será seu fundo... Depósito...
E o cosmos é o princípio e o fim?
Somos grãos de poeira do universo
E a junção dos átomos em versos
É fruto da necessária intuição
Ou da explosão das paixões?
Relicário delicado das emoções
Parece que tudo é vivido e sentido
Como numa linguagem metafísica
Cosmológica de cunho metafórico
E aí nesse turbilhão de sensações
Habita a bendita tal poesia infinita
Que a toda hora pede a ser composta
Escrita, definida, conceituada, tratada
Que é ao mesmo tempo triste e bonita
Complexa, simples, profunda e singela
Parece até que é do amor a fonte dela
De onde se declama o verbo e a palavra
Que se fez carne e depois veio a ser cerne
A luz, a cruz da dor que seduz
E de fato amor... Só pode ser essência
Presença do Deus homem entre a gente
O nascimento da valiosa consciência
Resposta a nossa curta e breve existência
Tudo aquilo que fascina como substância
Estudo do saber, conhecimento da ciência
Insiste e persiste porque sabe que existe
Em suma é o amor que a tudo domina
E dá o encanto nos versos e nas rimas
Portanto só nos resta aplaudir ao amor
E este foi o jeito de rabiscar seu valor
Hildebrando Menezes