UMA CANÇÃO DE AMOR
Do canto de um sabiá
Sentimos muita saudade,
Quando na mata da serra
Na copa da gameleira
Ou no pé da laranjeira,
Rouxinóis em sinfonia
No claro da antemanhã
Ou à tarde na Ave Maria,
Uma prece eu orava,
Quando o meu amor passava,
Minha fé esmorecia,
Olhando-a passar faceira,
Despia-me do chapéu,
Olhava o azul do céu
Baixava a vista e rezava.
Saudade de tudo eu sinto:
Das noites enluaradas,
Da brisa soprando manso,
Das corredeiras e remansos,
Também da mulher amada.
Hoje me bate a saudade
Me dói forte o coração,
Não tenho minha viola
Nem mesmo o violão,
Com saudade, caneta e papel
Já que não sou menestrel
Escrevo-te esta canção.
Rio, 20 de abril de 2009
Feitosa dos Santos