AMÊNDOA AMARGA
Esta amêndoa amarga
Na garganta deste canto
Apertou-me, foi espartilho
De botões de nostalgia.
Não me pegou de ilharga
Foi de caras, pega e tanto
Arrasto, onda, enrodilho
Em pontas de nevralgia.
Não é pena, nem saudade
Não é riso, nem é pranto
Não é talhe, nem defeito
Não é largo, nem recanto…
Mas, na audácia de sentir
Pelas margens do teu perigo
Retalhado em pedra leve,
Na ânsia em que te persigo
Rasgada,secreta e pura,
Sou o trânsito solto e breve
Entre a raiva e a doçura.
Não me calo, nem te digo
Não te ouço, nem me fito
Não te largo, nem me rendo
Não me escapo, nem te prendo.
Neste amor castigo…
Neste amor castigo…