O carbono da mente...
Numa noite, sem que o luar surgisse,
Os pincéis do veto iraram em fetiches
Tingiram o céu de marinhos açoites...
Entre as rochas negras petrificadas
No ultimo dilúvio, esboçando limo!
Grudando a lousa as ondas untadas...
Osculadas pelos cacos de abalone
E restos mortais de mariscos
Indo e vindo, fugidios suplícios...
Cinzéis movimentados pela ventania
Esculpindo um amor inseminado,
Arvorado aos sargaços colorindo a lida...
Afagando escarcéu que geme e busco
Entre as pedras, o carbono intrínseco
Na olorosa maresia, cavando areia no rito...
Na negritude do ocaso jaz um astro,
Luzido na tona aquosa! Lençóis marejados,
Do sentir desejando, o amado buscado...
Trazido na escura noite, o carbono
Do mar, rolado nas ondas de amar!
Pousando no leito acamando sidério...
Brilhante presente num cruzado
Hodierno, envolto na negritude, reluz
Em versos, sedento de afago...
E ama, nos seixos rolados nas gramas
De espuma, clareando as brumas,
O amor devaneado, que jaz estrela...
Diamante encontrado, no peito permeia!
Carbono que fostes profundo derreia,
Não sei quando voltas ,que sei é que amo!
“ A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
10/4/2006