Insana mariposa...
Sandra M. Julio
Fluidas lembranças alvorecem, despertando num doce bailado
Ondulantes raios por onde se escrevem silenciosas confissões
Que, a despudorada voz do vento desfere em meus desejos
Iluminando secretamente exilados sonhos.
Pela curva da noite, dançam itinerantes estrelas de saudade,
Distantes amantes d'um petrificado horizonte,
Desfolhado num abraço da memória, pelo silêncio da tua voz.
Qual insana mariposa em busca de luz, desperdiço abrigo.
Sigo... Voo incerto pelo tempo.
Desperto momentos nunca vividos, sílabas nunca escritas.
Acaricio verbos num maculado poema, oculto no pulsar das horas,
Num bater de asas desalinho a incoerente saudade,
Bússola desnorteada vagando infinitos...
Finitos, apenas, em teu olhar.
Sandra
10/01/09