A QUEM HEI DE FALAR DE FLORES
Para aqueles, de alma nefanda,
meu poema, um grito vago...
na incúria do existir.
Para aquele andrajo humano,
fadado a perambular sem rumo,
meu motivo de pena...
no fracasso da existência.
Para aqueles que fazem a guerra,
na vindita; prêmio para a terra,
minha palavra de desprezo...
feras humanas.
Para aqueles que fruem a virgindade
de uma donzela, quase criança,
deixando-a os despojos do existir;
meu látego em suas faces.
Para aqueles, que o sorriso de uma criança
passa desapercebido,
minha prece ao Senhor:
“Perdoai os ignorantes”.
Para aqueles, que não entendem a poesia,
meu sorriso ululante, em meu verso:
“Farás da poesia o alimento de sua alma”.
E como hei de falar de flores a estas almas
nefandas, andrajos, guerrilheiros.
Como hei de falar de flores
a corruptores sexuais, a almas duras,
a aqueles que não entendem um vocábulo poético.
Meus poemas pertencem àqueles que amam.
E para àqueles que fazem do espúrio existir,
um soneto de amor,
aos poetas e seu amores;
e para àqueles que amam a vida,
a si próprio como ao próximo...
para estes, hei de falar de flores.