Destino dos aviões
O que falar? O que escrever?
Simplesmente seguro a caneta
E agora estou aqui a tecer
Um poema, um verso, não sei.
Só sei que teço na cor preta.
Tinta enegrecida como o céu está agora,
Numa madrugada adormecida.
Não há ninguém lá fora,
Só silêncio e nada mais.
Ouço cães ladrando ao longe,
As folhas das árvores fazendo barulho quando o vento sopra,
Escuto os aviões passando pelo céu,
O rumo não sei,
Mas parecem estar tão perto das estrelas, os invejo.
Quem nunca olhou pela janela do avião
E admirou aquela infinita imensidão?
Quem nunca teve vontade de tocar uma nuvem?
À noite parece que o manto negro é ainda mais lindo,
Com brilhos e constelações inteiras nos sorrindo.
A lua eu não vi lá do alto,
Mas as estrelas... Ah as estrelas são um espetáculo divino!
E quando vai se aproximando do pouso,
As luzinhas da cidade que parecem estrelinhas terrenas sinalizam a civilização,
O destino dos passageiros e dos pilotos desse avião
Que nessa noite dormirão nas suas casas,
Nos braços de suas namoradas.