TRANSES DO AMOR

Uma calma transparente, que aparenta ser tristeza,

Enche-se de suma pureza, o coração que descansa,

Das intempéries da vida, nessa jornada errante,

Não se duvida da morte, se no caminhar avança.

Quem quer chegar nunca para, continua a andança,

Por sobre as pedras do tempo, procura-se um espaço,

Para repousar o corpo e amenizar as dores,

Resquícios de uma época, farpas de muitos amores,

Se ti leva às lembranças, ainda estás em percalço.

Quem da vida tudo explora, não é àtoa ou inglório,

Nas tramas de nossa mente, o corpo é impotente,

Sofre pancadas latentes, descompassa o coração.

Vive o ser seu caminhar, numa vida derradeira,

Não importam as quebradas a subir, vive-se a emoção...

Por saudades em forma de lanças transpassadas,

Sucumbe-se sobre o colo da mulher amada,

Quem bravamente lutou, mas o tempo o fragilizou,

Morte súbita de um amor dilacera um coração.

Rio, 06 de março de 2009

Feitosa dos Santos