A CASCATA DO AMOR

Numa absoluta tranquilidade, caminhando

por entre altas árvores, com o chão,

todo coberto de folhas e de ramos soltos, ao

abrigo do sol, é com imenso prazer, que

ouço o cantar dos pássaros, na folhagem.

Num repente, apanhando-me desprevenido,

um grande espaço sem ramos, faz com que

o sol me cubra por inteiro, e, me faça correr,

por entre o arvoredo, cobrindo-me, do calor,

da imensa estrela, que baixa se vê, a estas horas.

Um pouco ao longe, escuto, das águas, seu rude,

cair nas pedras, anunciando a cascata, onde te

banhas, qual sereia, em sua própria casa.

E, enquanto, aguardas minha chegada, sensível

não resistes, à água quente, entre verdes algas.

Qual pintor, apenas com uma peça de roupa, te

cobriu o corpo, fazendo-o, ainda mais sensual,

do que a natureza, ao teu redor. Teu ser Mulher,

que, sem pudor, ou falsas modéstias, aceitou,

tal fascínio deixar, livre se viu, sendo-o, por inteiro.

E eu sigo meu caminho, levando tua presença

comigo, a cada passo meu, numa estrada, cada

vez mais difícil de ultrapassar, subindo e

descendo pedras, não deixando de escutar as

águas, onde te sei e anseio, pelo reencontro.

Depois de algum esforço meu, alcanço a dita

cascata, embora, ainda me careça, o descer

a montanha, até chegar ao lago, onde, mais

abaixo, minha namorada, acena-me com as

mãos, chamando-me, para bem perto, de si.

De lado o juízo, deixo-me, em doce vertigem,

escorregar, entre pedras e outros mais senãos,

caindo e levantando-me, até alcançar, o chão

seguro. E, despindo-me, mergulho nas águas,

do lago, nadando de pronto, até ao teu sorriso.

Talvez, como recompensa, atreves um beijo,

nos meus lábios, um tanto secos, pela viagem.

E como duas crianças, gozando prazeres, que

a vida nos ofereceu, jogamos um com o outro,

servindo-nos alegria, alimento de nosso amor.

Jorge Humberto

05/03/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/03/2009
Código do texto: T1472504
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