AMOR DE JANGADEIRO
Se a jangada vai pro mar,
O jangadeiro também vai;
O vento empurra a jangada,
Vem a onda e logo se esvai,
À vela, sacode aos ventos,
Da praia, um ponto lento,
Quando o sol na linha cai.
Sem pressa a jangada vai,
Mas quem fica a esperar
Da praia mira o horizonte,
Espera o jangadeiro voltar.
A noite já vai chegando,
O coração se inquietando
Vendo a imensidão do mar.
No fundo a lua a despertar,
Um clarão esbranquiçado,
Alumia o caminho pra areia,
A quem pelo vento é açoitado,
Brilha a vela na luz do luar,
Coração que espera, a pulsar,
Veleja jangadeiro, e cuidado!
Quem espera fica alvoroçado,
Pra areia, arrasta-se a jangada,
Nos puçás, colheita de um dia,
O jangadeiro acolhe a amada,
A areia, bebe as franjas do mar,
Sob a lua à vontade de amar
Cedo volta pro mar, a jangada.
Rio, 17 de fevereiro de 2009
Feitosa dos Santos