QUEM AMA COMPREENDE

Quando se tem um abraço, a eternidade,

Quando se tem no sorriso, certeza do amor,

Residindo no fundo do peito, eco latente,

Um olhar que nos mostra um intenso fervor,

Calafrios sentem o corpo e toca a alma,

Entre eles se espalha densa onda de calor.

E tudo o que se vê é o coração que sente,

Quando plantado no peito diz-se temerário,

Acorda do sonho, desperta trepido do leito,

Por vezes faz-se da cruz verdadeiro calvário

A quem ama não lhe basta apenas o querer

Precisa entender: hora a dois, hora solitário.

Para quem ama o perdão parece indisponível,

A quem perdoa acalma no peito o coração,

Na mente translúcida, alivio perene na alma,

Que aos impulsos consegue outra conotação,

O brilho do amor transfigura a luz da áurea,

Transborda no peito o fulgor e a emoção.

Amor, palavra de quatro letras é fácil falar,

Amor, um sentimento difícil para se viver,

Não se conjuga jamais na primeira pessoa

Precisa ponderar e no outro, a si mesmo ver,

Difícil parece-me conjugar o verbo amar,

Quem consegue saberá ter nas mãos o poder.

O amar, o querer, não tem anteparo ao não,

O querer é o aconchego de sentir-se ao lado

O amar é ver naquilo que se quer, um bem,

Passar de um para o outro, envolto, enleado,

Amar é mais que um grilhão de mordaça,

É querer, é gostar, acima de tudo ser gostado.

Rio, 15 de fevereiro de 2009

Feitosa dos Santos