A FORÇA DO AMOR
Na sombra segue ele, o homem, sobre seus passos,
Na penumbra da noite, a mulher, caminha lento.
Sobe a escada em madeira trabalhada, esculpida,
No topo, mira e nada ver, senta-se já sem alento,
Ouve o sonoro som do sino, na igrejinha barroca,
Marcas do cansaço pelo rosto, um olhar sonolento.
Retrocede em pensamento, a coragem não alcança,
Ver do cimo, lá embaixo, o trepido amor que fica,
Nos escombros, nas ruínas em desgastes, no tempo,
Em suplicas por vezes, inclina a cabeça, explica,
Uma contida lágrima rola sobre sua polida face,
Sombras, noites, escombros, em tudo se identifica.
Mas quem é luz se reveste da própria luminosidade,
E translúcida não se deixa perceber, ergue-se em luz,
Caminha seu caminho, carrega sua própria vida,
Dobras em arcos, barreiras da estrada que conduz,
Sobrepuja-se ao mais alto conceito de vida e amor,
É nesse patamar que toda a sua força verte, reluz.
Rio, 07 de fevereiro de 2009
Feitosa dos Santos