Puro êxtase...
Dispo as tuas roupas molhadas
Que arranco em suaves dentadas
E depois atiro para o chão
Macio e confortável
Numa repleta invasão de emoção
O tempo apresenta-se chuvoso,
Parece dengoso e preguiçoso
E o dia escuro e negro
Lânguido e faceiro
Adivinha mais um momento de paixão
Que se avizinha pelos corações
Mais uma noite em que nossos corpos
Perdidos em si próprios
Estarão prontos ao culto do amor
Querem se entregar a fantasias
Carícias vadias em delicadas orgias
De um puro delírio já viciado
Por dois seres assim apaixonados.
Então, lentamente beijo-te a face
Roço e encosto minha boca na tua
Num ato de puro desejo e carinho,
Amor intenso e internalizado...
A chuva cai de mansinho lá fora,
Aqui dentro mais o desejo aflora
E nós, entregues a nós próprios
Iniciamos a sinfonia cósmica
Começamos a nos envolver nesta paixão
Cobertos da maior e melhor excitação
Quase desmedida... Enlouquecida na ação
Pela força da ternura!
Nossos corpos já excitados começam então a conversar...
A linguagem selvagem das pegadas
Olho-te bem dentro dos teus olhos,
Entro pelas retinas as ditas meninas
E começo a beijar-te suavemente
Os meus lábios estão sedentos
Antes de começar a percorrer
Os mais recônditos labirintos do teu ser
Teu corpo, com minhas mãos
Ávidas de desejo.
Acopla-se ao meu num beijo
Transmutando arrepios de solfejos
Desço, lentamente
Percorrendo aos poucos os teus seios
Passeio delicado pelos eriçados pêlos
Numa viagem fantástica pelo teu ventre
Que mordisco com muito fervor...
Teus índios mamilos sem causar dor
Tento imaginar as tuas entranhas
Trafegando pelas beiradas da gruta pudica
E a tua bela forma começa a turvar-me a mente.
Estou feito o mais ébrio dos carentes dementes
Então perco o controle de mim...
Num descontrole sem fim
E deixo-me cair, contigo, no chão.
Em espasmos elétricos de tensão
Peço-te que me ame com tudo o que tens
Que penetres nos eternos vai e vem
E tu, perdido já num delírio interminável
Sensitivo no exercício admirável
Beijas-me aos poucos, com suavidade
Deixando-me inebriada
Percorres todas as curvas de meu corpo
Que exploras com maestria e gosto
Com uma sede imensa de me amar
Ah! Como só você sabe me acarinhar
E olho-te já extasiada
Nunca me senti assim amada
Perdida, em meus pensamentos
Sou toda tua a todo momento
Teu suor, aos poucos pinga sobre mim
E sinto o teu gostinho de sal e gergelim
Arrefecendo-me a pele que queima
Pela brandura e fervura
De tanta paixão
Que causa comoção
Beijas-me com avidez
Toda a minha nudez
Todo o meu corpo estremece
Do começo ao fim como prece
A cada toque teu você me aquece
E então, sinto o calor que emanas
Como num interminável poema
Escrito e declamado em nossa cama
E sinto-me a flutuar acima das nuvens
Quanto poder vejo sair de você
Nossos gemidos tornam-se quase surdos
Os sussurros parecem grunhidos doídos
Até que por fim...
Agarro-te com perícia
E depois de tantas delícias
Ficamos a ver a chuva cair
A sentir o barulho das gotas
Escorrendo marotas e astutas... Ficamos
Extasiados por mais um momento de encanto
Onde a paixão, sobrepôs-se com louvor
A todas as fantasias e desejos,
E entre tantos beijos...
Deu-se a explosão do amor.
Dueto: Deusaii & Hilde
Catarina Paula Camacho e Hildebrando Menezes
Veja o poema em vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=TgR5tKg3oMU