SEM CASULO
Me vejo assim.
Uma lagarta sem casulo.
Uma vida que poderia ser borboleta.
Uma luta pela sobrevivência.
E têm os anús.
E tem outros bichos.
Que predam nossas mentes.
Não me consigo ver pendurado.
Não me consigo ver avoando.
Não me consigo ver em cores.
Não me consigo ver vivendo.
Meus sonhos estão muito chatos.
Nem sei bem se bater asas
vai resolver meu problema de liberdade.
Nem sei bem se a liberdade
vai me libertar do medo de viver.
Nem sei direito o que seria
ser borboleta.
Sem casulo, vivo o que é possível.