SEM CASULO

Me vejo assim.

Uma lagarta sem casulo.

Uma vida que poderia ser borboleta.

Uma luta pela sobrevivência.

E têm os anús.

E tem outros bichos.

Que predam nossas mentes.

Não me consigo ver pendurado.

Não me consigo ver avoando.

Não me consigo ver em cores.

Não me consigo ver vivendo.

Meus sonhos estão muito chatos.

Nem sei bem se bater asas

vai resolver meu problema de liberdade.

Nem sei bem se a liberdade

vai me libertar do medo de viver.

Nem sei direito o que seria

ser borboleta.

Sem casulo, vivo o que é possível.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 03/02/2009
Reeditado em 03/02/2009
Código do texto: T1420604
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.