Espelhos d'alma

Como falar de mim se só posso falar de nós,

somos reflexos do amplexo de duas almas amorosas

que do tempo tiveram o indulto do reencontro,

pois sempre fomos amantes do tempo,

rebentos do amor.

Não existe eu mas, sim, nós,

se me olho no espelho não mais me vejo sozinha,

ao meu lado não te tenho em presença mas tua energia,

tua essência, aconchega-me em teus braços.

Somos espelhos d'alma.

Madrugada se faz presente,

escrevo pra ti meu amor,

tanta coisa gostaria de aqui declinar,

que meus versos pudessem falar do modo que estou a te amar.

Feche os olhos amor, sinta meu coração que nessa madrugada solitária segue em tua direção.

Espelho de minha alma, minha calma, minha proteção.

Meus dedos correm por esse teclado onde ao escrever pra ti deixa de ser inanimado, tentando traduzir o que estou a sentir, onde a força de meu pensamento possa

atravessar o tempo e nas asas desse tempo estarei diminuindo a distância que no agora faz parte de nossos corpos, onde o sono nos uni, pois amantes quando dormem se buscam, se procuram, e ao se encontrarem mergulham no espelho da alma, local só vivenciado pelos puros de amor.

Espelhos d'alma...

reflexo de dois corações amorosos que burlam as atrocidades da realidade, e ousam se amar mesmo que o tempo esteja a faltar.

Sandra Wajman Grüner

Sandra Wajman Gruner
Enviado por Sandra Wajman Gruner em 18/04/2006
Reeditado em 18/04/2006
Código do texto: T140862